Como ler o livro

Por ser um blog, as postagens mais recentes ficam à frente. Portanto, vejam desde a introdução, os capítulos na sequência numérica. Leiam o 1º capítulo, depois o 2º e por aí vai.
Espero que aprendam, se divirtam e se emocionem com Marisol, sua família e seus amigos.

Atenciosamente,
Sonia da Palma

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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Capítulo 6 - Instinto e inteligência




Marisol estava muito, muito triste. O cachorrinho da casa, Gugu, tinha fugido tão logo viu o portão da rua aberto. Um carro que vinha passando, não teve tempo de frear e atingiu  o bichinho. Durante dois dias ele ainda lutou para sobreviver, mas não resistiu.

Marisol tinha orado muito, pedido com toda fé a Deus que melhorasse a saúde de Gugu, mas não conseguiu. Sentiu-se um tanto culpada por não ter ajudado o bichinho a sobreviver. Tentou até mesmo dar o passe, pois tinha descoberto a transferência de energia que acontece através do fluido vital. Vó Vilma tinha dito a ela que o fluido vital se transmite de uma pessoa para a outra, e que aquele que tiver mais fluido, pode dar a quem tem menos e em certos casos pode até mesmo prolongar a vida que está prestes a se extinguir.

Ela chorava, chorava, muito sentida com a perda de Gugu.

Marisol - Eu tentei tanto... Eu pedi a Deus com muita vontade, muita fé. Eu tentei dar para ele toda a força que eu tenho...
Vô Luiz - Querida, não basta você querer, você pedir com toda fé que seja. Gugu ficou muito machucado.

Vô Luiz explicou a ela que quando os elementos essenciais ao funcionamento dos órgãos estão destruídos, ou muito profundamente machucados, o fluido vital se torna impotente para lhes transmitir o movimento da vida, e o ser morre.

Vô Luiz - Além do mais, há um plano de Deus para cada um de nós, um tempo a ser vivido, a ser cumprido. Você, Solzinha, como um ser inteligente que é, deve procurar entender isso.
Marisol - Gugu também era muito inteligente, muito mesmo.
Vô Luiz - Gugu era um cachorrinho lindo.     Mais tarde  poderemos conversar sobre os animais. Por enquanto vamos ver a diferença entre inteligência e instinto.
Marisol - Sou toda ouvidos. – Dizendo isso, Marisol colocou as duas mãos atrás das orelhas, indicando que estava ouvindo atentamente.
Vô Luiz - A inteligência é algo especial, é uma capacidade que alguns seres têm. A inteligência, junto com o pensamento, dá vontade de “fazer”, a consciência de que se existe, dá condições de se relacionar com o mundo e de prover as suas necessidades.
Marisol - Quanta coisa, vô...
Vô Luiz - Realmente.   Às vezes não pensamos em tudo de maravilhoso que temos em nossas vidas.
Marisol - Mas, vô, como é que começa isso? Tem gente que fala que as abelhas e as formigas são inteligentes.
Vô Luiz - Vamos começar com as pedras. Olhe aquela pedra enorme naquela montanha lá longe.
Marisol - Muito linda, vô.
Vô Luiz - Aquela pedra é constituída de matéria sem vitalidade.
Marisol - Sem vida?
Vô Luiz - Isso. Sem vitalidade, sem inteligência. A pedra é um corpo bruto.
Marisol - Mas... E as plantas?
Vô Luiz - As plantas são seres formados de matéria. Têm vida, mas não têm inteligência.
Marisol - Todas as plantas?
Vô Luiz - Sim, todas as plantas.
Marisol - E os animais?   As abelhas fazem as colmeias  perfeitas e as formigas constroem uma verdadeira cidade no formigueiro.
Vô Luiz - É o instinto.
Marisol - Ah, então os animais não têm inteligência?
Vô Luiz - O instinto é uma espécie de inteligência, só que muito simples, rudimentar.
Marisol - Então os animais têm instinto e as pessoas têm inteligência?
Vô Luiz - Todos     nós   continuamos   com      instinto.   Muitas   vezes   ele   nos guia até melhor do que a razão. O instinto não raciocina; a razão permite a escolha e dá ao homem o livre-arbítrio.
Marisol - O que é isso?
Vô Luiz - É a liberdade que temos para escolher o que fazer.
Marisol - E as abelhas podem escolher para fazer a colmeia, produzir o mel?
Vô Luiz - Elas seguem o instinto   que as leva a fazer tudo aquilo, assim como você faz isso...

                Nesse momento vô Luiz soprou direto no rosto de Marisol que fechou os olhos e colocou as mãos tapando o rosto.
Marisol - Aiê, vô-ô. De novo?
                Vô Luiz com as mãos apalpou o rostinho da neta e percebeu o que tinha feito.
Vô Luiz - Isso é uma reação sua por causa do instinto.
Marisol - Hã?
Vô Luiz - O instinto faz com que você proteja o rosto e os olhos para que nenhum mal seja causado a eles.
Marisol - É verdade, vovô. Eu tampei o rosto logo, logo.
Vô Luiz - O instinto faz com que façamos as coisas de forma espontânea, sem raciocinar.
Marisol - E a inteligência, vô?
Vô Luiz - A inteligência faz com que pensemos para fazer as coisas.
Marisol - Já sei. A cabeça é para pensar.
Vô Luiz - Isso, meu bem. E com o coração, agimos da forma como Jesus veio nos ensinar.
                O cheirinho de bolo estava inundando toda casa. Marisol logo chamou o vô para irem juntos à cozinha.
Marisol - Huuuum... Que cheirinho bom! Vamos comer bolo, vô.
Vô Luiz - E então, Marisol?    É o instinto ou a razão que está em ação neste momento?
Marisol - Ai, vô, eu acho que não pode ser a razão porque minha barriga está fazendo roc, roc  e a boca já está cheia d’água.
Vô Luiz - Mas a razão pode dizer alguma coisa a você. O quê?
Marisol - “Marisol, não coma muito, senão vai ter dor de barriga!”.
Vô Luiz - Isso mesmo!
                E rindo, lá se foram os dois comer o bolo tão gostoso que saía do forno naquela hora.                
                Bolo quente é muito bom!

















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