Como ler o livro

Por ser um blog, as postagens mais recentes ficam à frente. Portanto, vejam desde a introdução, os capítulos na sequência numérica. Leiam o 1º capítulo, depois o 2º e por aí vai.
Espero que aprendam, se divirtam e se emocionem com Marisol, sua família e seus amigos.

Atenciosamente,
Sonia da Palma

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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Capítulo 5 - Os fluidos



Marisol estava em polvorosa. Renato, seu primo de Minas Gerais ia chegar. Como ele era muito mais velho que ela, ela o via como um super-herói.

Marisol - Mãe!!!!!!!!!!!!! Já está na hora?
Mãe - De quê, Marisol?
Marisol - Do primo chegar.
Mãe - Minha filha, já é a quarta vez que você me pergunta isso. Espere que ele daqui mais um pouco  vai chegar.

                Marisol estava agoniada, andando de um lado para o outro. Seus cachinhos não paravam no lugar. Quando ela o viu entrar pelo portão, deu um grito e pulou para seu colo.
                Deu muitos beijinhos no primo tão querido, que por pouco não caiu no chão.

Renato - Uai, priminha! Assim você me mata.
Marisol - Ah... Que saudade!!!!!

                Muitas e muitas vezes Marisol ficava na casa de Renato quando  seus pais podiam viajar em períodos de férias. A cidade pequena onde ele morava era muito acolhedora assim como o povo da região.
                Marisol não poupou nenhum dos detalhes do que vinha aprendendo com vó Vilma e vô Luiz. Renato, por sua vez, muito paciente, incentivava a prima.

Renato - Ah, então você é espírito?
Marisol - E você também, Renato?
Renato - Hum, muito bom saber isso. Diga-me uma coisa, Solzinha. Quando vocês foram à praia com tio Zezinho, você tomou banho de mar?
Marisol - Claro! Mamãe disse que eu parecia um bolinho à milanesa.
Renato - Por que isso?
Marisol - É que eu estava cheia de areia... É tão bom rolar na areia...
Renato - Realmente. E depois tomou banho de mar e tirou a areia.
Marisol - Claro!
Renato - Você sabe, Solzinha, que nós estamos agora  num mar imenso.
Marisol - Não, Renato, nós estamos na varanda.
Renato – Não.  Estamos num mar de fluidos.
Marisol - O que é isso?
Renato -  Mexe os braços como se estivesse nadando, ou como se estivesse imitando as ondas.

                Marisol assim fez e Renato a ajudou fazendo também como se estivesse nadando.

Renato -  E aí, Marisol?  Está sentindo alguma coisa?
Marisol – É engraçado. Parece que meus braços têm umas formiguinhas andando.
Renato - É porque você está mexendo com os fluidos que existem só que não vemos
Marisol - Hum... Que estranho. Pra que serve?
Renato - Ah, isso é um a longa história. Vou cantar para você uma música que fala sobre isso.
               
                Renato pegou o violão de vô Luiz e começou a dedilhar e cantar:

Fluido vital não é vida, mas sem ele não há vida não.
Vegetal, animal, não vivem, não vivem sem fluido vital.
Fluido vital é modificação do fluido cósmico universal
Que dá origem a tudo que existe no mundo material.

Marisol - Mas por que você está me contando isso?
Renato - Vó Vilma não está falando a você sobre os ensinos do Livro dos Espíritos? Pelo que você me falou, ela, vô Luiz, até o tio Zezinho que é todo desligado já esteve lhe ensinando sobre  o livro.
Marisol - É verdade.
Renato - Então? Como diz um grande autor: “Há muito mais coisas entre o  céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia.”
Marisol - Nossa, Renato! Você é muito sabido mesmo! Você é meu herói!
Renato - Nosso herói é Jesus.
Marisol - Mas me explica mais sobre esse flu aí.
Renato - Ih, Solzinha... Tem muita coisa para falar sobre isso Bem, querida, você já sabe escrever?
Marisol - Sim.
Renato - Pode escrever como foi que os tripulantes da Discovery conseguiram consertar o problema que houve na espaçonave?
Marisol - Hum... Não sei nem o que é Discovery...
Renato - Então o fato de saber escrever não quer dizer que você sabe escrever sobre tudo.
Marisol - Mas quando eu estiver do seu tamanho eu vou saber?
Renato - Se você estudar, sim.
Marisol - Então eu vou querer sempre estudar. Mas me explica só um pouquinho.
Renato - Vamos então. Nós temos aqui na terra diversos tipos de força: força centrífuga, força centrípeta, força gravitacional, por exemplo. Esses fluidos, que nós não vemos são muito importantes.
Marisol - Como assim?
Renato - Vamos fazer um barquinho de papel.
Marisol - Eu sei. Pode deixar que eu faço.
Renato - Enquanto isso, eu pego uma bacia.

                Renato logo voltou com uma bacia de tamanho grande e encheu-a de água. Marisol terminou de fazer o barquinho com uma folha de papel.

Marisol - E agora, Renato?
Renato - Agora coloque seu barquinho aqui na água.

                Marisol assim fez. A princípio o barquinho estava paradinho, mas Renato mexeu de leve de um lado e logo do outro fez uma onda que movimentou o barquinho de papel.

Renato - Viu?
Marisol - É mesmo. Foi só você mexer de levinho que o barco movimentou.
Renato - Assim como essa mexida leve movimentou o barquinho, os fluidos também levam as  emoções que estão em nós.
Marisol - De todo mundo?
Renato - Sim.
Marisol - E não dá confusão, não? É muita gente, primo.
Renato - Não dá não.
Marisol - Interessante.
Renato - Se eu estiver brigando em casa, vou atrapalhar a paz no mundo. Mas se eu estiver levando minha vida com alegria e felicidade, essa felicidade devagarzinho vai se espalhando.
Marisol – Esse flu é muito interessante. E eu nem conhecia isso... Mas você canta dizendo que vegetal, animal não vivem sem isso.
Renato – É verdade. Todos nós temos fluido vital, que dá vida.
Marisol – E esse mar que você falou que nós estamos dentro dele?
Renato – O principal é o FCU.
Marisol – O  que é isso?
Renato – Fluido Cósmico Universal. Ele dá origem a tudo que existe no mundo da matéria.
Marisol – Como assim?
Renato – Vamos dizer que é assim: se não tiver FCU, não tem árvore, não tem mar, não tem terra, não tem passarinho, não tem gente.
Marisol – Uau! Por isso que ele é universal.
Renato – Isso mesmo!
Marisol – Acho que vou falar FCU porque essa outra palavra é de enrolar a língua.
Renato - Ei, Marisol! Não se esqueça da música.
Marisol - Ah, sim.
Renato – Vamos cantar?
Marisol – Vamos.

 Marisol ficou dançando enquanto Renato cantava aquela música que daria origem a muitas outras conversas. Estavam na varanda observando o sol da tarde. A brisa soprava suave balançando as plantas e espalhando o doce perfume das flores:

Fluido vital não é vida, mas sem ele não há vida não.
Vegetal, animal, não vivem, não vivem sem fluido vital.
Fluido vital é modificação do fluido cósmico universal
Que dá origem a tudo que existe no mundo material.

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