Como ler o livro

Por ser um blog, as postagens mais recentes ficam à frente. Portanto, vejam desde a introdução, os capítulos na sequência numérica. Leiam o 1º capítulo, depois o 2º e por aí vai.
Espero que aprendam, se divirtam e se emocionem com Marisol, sua família e seus amigos.

Atenciosamente,
Sonia da Palma

Contato:
soniadapalma@yahoo.com.br

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Capítulo 14 - Materialismo


O professor André, professor de Teatro, propôs a criação de um noticiário da turma de Marisol e Belinha. Cada aluno escreveu uma notícia de acordo com o que mais lhe interessasse no momento. Alguns alunos fizeram em dupla.
                As notícias que surgiram foram as mais diversas, desde fatos engraçados da turminha até notícias sérias sobre problemas enfrentados por pessoas em diversas partes do mundo.
                O professor gravou a vinheta do Jornal Nacional e assim deu início ao Jornal de Valores.
                Ao chegar a casa, Marisol viu seu pai, que tinha chegado de viagem, sentado na sala com vô Luiz. Que alegria! Ficou com ele o quanto pôde e depois foi preparar a lição de casa.
                O pai, por sua vez, era só alegria e sorrisos. Os dias em que Augusto podia ficar em casa eram de extrema felicidade, pois além de amar profundamente sua família, amava em especial aquele lugar ao qual chamava LAR.
                Ele e vô Luiz estavam assistindo ao noticiário de tevê enquanto Letícia e vó Vilma terminavam o jantar.
O jornal na tevê falava de guerras e atentados, crimes e corrupção, além de algumas matérias mais amenas como o trabalho voluntário que algumas pessoas faziam e algumas notícias sobre a vida dos artistas.

Augusto -  Ah, seu Luiz, se eu pudesse, ficaria em casa todos os dias.
Vô Luiz –  Calma, Augusto, tudo a seu tempo..
Augusto  - É verdade. Mas eu gosto tanto de ficar em casa... É um local muito especial. Aqui eu me sinto em paz.
Vô Luiz  - É porque aqui estão aqueles a quem você ama.
Augusto  - Por que o mundo não pode ser assim, não é? Tanta competição. Olha o exemplo do que estamos falando nas notícias do jornal agora mesmo na TV.
Vô Luiz - Essa busca desenfreada para alcançar tudo que se deseja sem considerar que além de si mesmo o homem sempre tem alguém al seu lado é fruto do egoísmo. Quando a pessoa não admite que haja alguma coisa  acima do seu conhecimento, vemos aí o orgulho.
Augusto – É verdade, seu Luiz. Tem gente que pensa que o homem torna-se materialista quanto mais estuda e se desenvolve na ciência por descobrir-se mais capaz.
Vô Luiz - Você lembra-se do astronauta que disse que tinha ido ao céu e não visto Deus?
Augusto – É mesmo.. Como pode, não é?
Vô Luiz – O materialismo  não é uma consequência de estudos mais profundos. Nós, estudiosos da doutrina espírita, vemos aí cada vez mais a comprovação da superioridade  da inteligência que governa o mundo e o universo. Na verdade, a ideia do nada amedronta a certos homens que aparentemente são tão fortes e bravos.
Augusto – Seu Luiz, é como se alguém estivesse se afogando e fosse jogado um salva-vidas ao esclarecer-lhe que, além do vazio que imagina, existe a vida eterna.
Vô Luiz  - Isso mesmo, Augusto. Ao saberem que no mundo dos Espíritos nada pode estar oculto, a hipocrisia será desmascarada, o mal será castigado. Mas o mais lindo de tudo é saber que não há falta irremissível que a expiação não possa apagar.
Augusto – O homem encontrou nas diferentes existências a senda do progresso para a perfeição, que é seu destino final.
Vô Luiz – É lindo, não é, Augusto? O Pai eterno é amor. Por amor nos criou, por amor nos educa para este amor irradie em todo universo.
Augusto – Como já dizia o apóstolo João: “Deus é amor”...
Vô Luiz  - Tudo isso que vemos na tevê e nos jornais nos mostra o quanto precisamos progredir, buscar melhorar e fazer o melhor onde estivermos para que assim possamos  ajudar a Deus, como nos disse Jesus, na construção do Reino de Amor aqui na Terra
Augusto - E quando for difícil, já sabemos, não é?
Vô Luiz  - Oremos. A prece é um ponto de luz que acendemos em nossa caminhada e nos facilita a compreensão do que acontece e a solução que deve ser tomada.
Augusto – Graças às comunicações espíritas, sabemos que a vida além-túmulo é uma realidade, pois os próprios seres que já se foram da vida aqui na Terra, vêm  nos esclarecer  sobre o que encontraram e o que passaram de acordo com suas ações aqui no plano físico.
Vô Luiz  - O Espiritismo aqui está porque Deus permitiu e permite para que as nossas esperanças se tornem mais firmes e para que sejamos reconduzidos à estrada do bem pela perspectiva de futuro.
Augusto – É, seu Luiz. Nós espíritas carregamos a esperança dentro de  nós porque sabemos que Deus nos ama e nosso destino é a felicidade.
Vô Luiz  - Muito bem lembrado. Mas não podemos deixar de fazer nossa parte: fé em nosso coração e trabalho no bem. Assim, modificaremos esse presente tão doloroso por agora.
Augusto – Certamente.
                Voltaram a assistir ao noticiário, com o coração alentado, cada um já pensando no que poderia fazer para melhorar o mundo em que vivemos, quando Marisol, que já tinha terminado a lição da escola, chegou para contar como tinha sido a apresentação do Jornal de Valores em sua escola.
Capítulo 15

A alma após a morte

O ônibus escolar que levava Marisol para casa perdeu a direção, tendo batido de encontro a um poste. Muitas crianças se machucaram com a violenta colisão. Toninho, seu amigo, sofrera traumatismo craniano e dias depois veio a falecer.

Marisol gostava muito dele porque Toninho. Ele era seu companheiro de brincadeiras, muito engraçado. Demonstrava  sempre paciência e carinho para com todos, em especial para com ela. Ela, por sua vez, sempre pedia merenda em dobro, porque quando voltava para casa, na hora do almoço, com a barriga fazendo ROC ROC, ela gostava de dividir com ele e Belinha o que tivesse.

A morte de Toninho deixou a todos muito tristes, em especial à Marisol.

Marisol -Vó, eu sei tudo que você me ensinou, mas eu estou triste, muito triste com a morte do Toninho.
Vó Vilma - Eu sei, meu bem. É natural sentirmos tristeza pela partida de quem gostamos para a pátria espiritual.
Marisol - Eu sei que é errado, mas está difícil não chorar. Sei que não posso.
Vó Vilma - Não pode? Quem falou isso? Não só pode, como deve.
Marisol - Mas a senhora disse que a gente tem que entender...
Vó Vilma - Entender é algo da nossa razão e o sentir é algo do coração. O coração sente e sofre e a razão explica. Chore, meu bem. Todos nós gostamos muito de Toninho e eu sei do seu sentimento tão grande por ele.

                Marisol chorou muito sentida...

Vó Vilma - Ai de nós, querida, se não  tivéssemos as lágrimas para aliviar a opressão que está em nosso coração.

                E continuou:

Vó Vilma - Já viu aquela fumacinha que sai da panela de pressão?
Marisol - Já.
Vó Vilma - Pois é assim que as lágrimas funcionam. Esvaziam a pressão que a tristeza, o choque causaram em nós. Benditas lágrimas.
Marisol - É. Estou mais aliviada. – e deu um longo suspiro, já se sentindo melhor.
Vó Vilma - A razão nos diz que precisamos pôr em prática tudo que sabemos. Por isso, chorar não faz mal. Sei que você não está revoltada, sei que entende o que aconteceu.
Marisol - Ele voltou a ser um espírito. Agora ele está desencarnado. Mas eu continuo gostando muito dele.
Vó Vilma - E ele continua sentindo o mesmo por você. Ele levou com ele tudo isso que viveu e aprendeu aqui.
Marisol - Se eu pudesse dar um presente para ele...
Vó Vilma - Você pode.
Marisol - Como?
Vó Vilma - O espírito não pode levar nada de material  consigo, por isso, o presente  que você quer dar tem que ser diferente.
Marisol - Como, vó?
Vó Vilma - O que você gostaria de dar para ele?
Marisol - Acho que umas flores bonitas como as que a professora de piano me deu na audição.
Vó Vilma - Hum... muito bem lembrado.
Marisol - Como vou fazer, vó?
Vó Vilma - Pense no Toninho com muito carinho.
Marisol - Sim. Estou pensando.
Vó Vilma - Agora pense nas flores lindas que gostaria de dar a ele.
Marisol - Estou pensando. São lindas, vó.
Vó Vilma - Agora pense nele e se veja entregando as flores a ele.

                Marisol ficou concentrada por alguns instantes e duas lágrimas rolaram em seu rosto.

Vó Vilma - E então, Solzinha?
Marisol – Eu pensei no Toninho e o vi igualzinho como ele era.
Vó Vilma - E depois?
Marisol – Eu entreguei a ele as flores num buquê muito lindo. Ele sorriu para mim.
Vó Vilma - Toda vez que você quiser, poderá presenteá-lo com seu carinho. Ele vai ficar muito feliz.

                Marisol ficou por um longo tempo ali.

Colo de avó é mágico.






Nenhum comentário:

Postar um comentário