Como ler o livro

Por ser um blog, as postagens mais recentes ficam à frente. Portanto, vejam desde a introdução, os capítulos na sequência numérica. Leiam o 1º capítulo, depois o 2º e por aí vai.
Espero que aprendam, se divirtam e se emocionem com Marisol, sua família e seus amigos.

Atenciosamente,
Sonia da Palma

Contato:
soniadapalma@yahoo.com.br

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Capítulo 20 - Um bebê vai chegar


O Brasil ia jogar. A família estava toda reunida na sala. Marisol e Belinha estavam vestidas com o verde amarelo da bandeira nacional. No rosto, Letícia tinha pintado estrelinhas em cima de uma bolinha azul que lembrava o centro de nossa bandeira em cada uma das bochechas das meninas. A mãe e o pai de Belinha também iam para a comemoração festiva, mas o pequeno Arthur estava febril, por isso resolveram ficar com ele em casa.

Marisol – Pessoal, a Belinha tem uma novidade pra contar.
Belinha – Ah, conta você.
Marisol – Não. A mãe é sua e o neném  também. – falando assim, colocou a mão na boca e arregalou os olhos. – Ih. Já contei.
Pai – Quer dizer que vem mais um neném. Que maravilha!
Belinha – É. A mamãe descobriu ontem que estava grávida.
Vô Luiz – Que Deus o envolva em bênçãos e que mais este brasileirinho que está chegando venha para engrandecer nossa nação, a Pátria do Evangelho.
Marisol – E do futebol! -  e soprou o apito que papai tinha comprado, no que foi seguida por Belinha.
culto do lar.
Belinha – Quer dizer que se rezar muito o espírito que nasce vai ser bom?
Letícia – Marisol e eu estivemos conversando, não foi? Diz para sua amiga o que você acha.
Marisol – Hum... Será que dá?
Letícia – Dá o quê?
Marisol – Para mudar?
Vó Vilma – Você acha que é passe de mágica? Orou. Mudou?  - e vó Vilma começou a fazer gestos de varinha de condão com a mãe – Pirlilim, salabim. Que só venha espírito bom para perto de mim.
Marisol – Oh, vó. Assim não.
Belinha – Então explica como.
Vó Vilma – Muitas vezes um espírito  que ainda não esteja bem esclarecido, que ainda precisa melhorar muito, pede que tenha bons pais, na esperança de que seus conselhos o encaminhem pelo caminho do bem.
Belinha – Mas se a gente orar não adianta?
Augusto – É o que a vovó estava explicando. Não é passe de mágica. Só Deus sabe quem é que está chegando para sua casa. Mas as preces podem ajudar o espírito.
Belinha – E se forem gêmeos? A mamãe é gêmea da tia Lucília.
Marisol – É, mãe. A tia Lúcia é igualzinha à irmã dela.
Vô Luiz – Se são espíritos simpáticos, se aproximam por sentimentos iguais e se sentem felizes por estar juntos.
Belinha – Então, quando nasce, nasce igual como era antes?
Vó Vilma – Isso pode acontecer. Mas se ele melhora, ele muda. Pode ser também que a posição social seja outra.
Marisol – Como assim?
Augusto – Imagine que ele era um escravo e agora nasce numa família com uma situação financeira regular, com uma casa confortável, comida... Pode ser que ainda se sinta inseguro, achando que vai faltar comida. Coisas desse tipo.
Letícia – Mas pode ser que tenha sido rico e reencarne numa família pobre. Nesse caso, vai achar que aquele lugar não lhe pertence, vai ter gostos que a família vai estranhar, por nunca ter usufruído nessa vida e ainda assim achar que  é seu direito.
Vô Luiz – Podem existir certas semelhanças entre sua forma de ser de outras vidas, modificadas pelos hábitos da posição que ocupe. Mas o importante disso tudo é observar que gradativamente o caráter vai mudando: de orgulhoso e mau, vai tornando-se humilde e bondoso à medida que se arrepende dos erros cometidos.
Belinha – E  o corpo vem igual como era?
Vó Vilma – O corpo  novo não tem nada a ver com o anterior que já foi destruído. No entanto, o espírito se reflete no corpo.
Marisol – Vó, mas o corpo é de carne.
  Vilma – Mas pelas capacidades do espírito, vemos sua influência no corpo físico.
Augusto – Já perceberam que certas pessoas não são muito bonitas fisicamente, mas têm um quê de especial e que atrai e agrada às pessoas?
Marisol – É. Tem jogadores que não são tão bonitos nas fotos, mas todo mundo gosta porque são muito bons, sorridentes e a gente nem fala que eles não são bonitos.
Belinha – Mas tem gente que é bonita por fora, mas não agrada.
Vô Luiz – “Por fora bela viola. Por dentro, pão bolorento.”
Belinha – Que isso?
Mãe – É o que estamos falando. A pessoa é bonita por for, ou seja, tem um corpo bonito, rosto bonito, mas seu jeito não agrada.
Marisol – Mãe, no outro dia vi uma moça na rua comendo uma quentinha. Ela estava muito suja, tadinha. As mãos estavam muito sujas também, mas ela comia de um jeito diferente, engraçado, toda esticada. Parecia até que estava num salão chique.
Letícia – Quem sabe, não é, o que ela já viveu em outras encarnações e agora passa por tão grande provação.
Belinha – E eu vi um menino que tocava na rua para ajudar sua família uma porção de instrumentos. A mãe dele falou que ele pediu tanto que ela conseguiu com algumas pessoas dar um jeito de arranjar os instrumentos que ele tanto pedia.
Marisol – Puxa! Eu queria pegar os instrumentos e tocar de uma vez.
Vô Luiz – Tudo que a pessoa aprendeu fica com ela. Se esse menino toca com tanta facilidade nesta vida, sem ter aprendido agora a tocar, é porque aprendeu na outra passada ou nas outras. Mas pode ser que algum de nós já tenha desenvolvido bem uma capacidade e tê-la deixado adormecida nessa atual para desenvolver outras. Mas tarde pode ser que reapareça.
Augusto – Mas precisamos exercitar muito. Vejamos os jogadores. Exercitam-se muito. Às vezes até se machucam, ficam afastados por um período e depois retornam aos treinos. Eles sentem dores, mas não desistem.
Vó Vilma – E assim somos nós. As faculdades extraordinárias que observamos em algumas pessoas é fruto de trabalho e determinação. Se não desenvolveu nessa vida, desenvolveu em outra e agora colhe os frutos através da facilidade.
Letícia – Tem uma frase que diz: “Toda virtude um dia já foi disciplina.”
Belinha – E o que é isso?
Marisol – A gente tem que se esforçar. Seu irmãozinho que vai nascer precisa de muita ajuda para ser uma pessoa de bem. Mas nós estamos aqui para isso, não é, Belinha?
Vô Luiz – E se for um menininho, quem sabe não vai ser um craque a fazer um GOOOOOOOOOOL pelo nosso Brasil.
Augusto – Se ele vai, só Deus sabe, mas que o jogo já vai começar, é a  certeza que tenho nesse momento.
Letícia – Vou fazer as pipocas e pegar o guaraná. Marisol! Belinha! Venham pegar os copos.

                O narrador dava início a mais uma história de nossa seleção e uma nova vida se preparava para integrar esta grande nação chamada Brasil.








Nenhum comentário:

Postar um comentário