Como ler o livro

Por ser um blog, as postagens mais recentes ficam à frente. Portanto, vejam desde a introdução, os capítulos na sequência numérica. Leiam o 1º capítulo, depois o 2º e por aí vai.
Espero que aprendam, se divirtam e se emocionem com Marisol, sua família e seus amigos.

Atenciosamente,
Sonia da Palma

Contato:
soniadapalma@yahoo.com.br

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Capítulo 11 - Progressão dos espíritos


Dúvidas e mais dúvidas era o que não faltava na cabeça de cachinhos de Marisol. Letícia, sua mãe, estava sempre colocando fitas, lacinhos no rabo de cavalo, nas duas Maria-chiquinhas e com todo esse cuidado, vó Vilma gostava de falar da cabeça cheia de cachinhos da netinha.

                Desde que a família concordou com vó Vilma na orientação de Marisol através do estudo do Livro dos Espíritos,  de forma simples, atendendo à sua condição infantil, todos se empenhavam nas situações mais diversas a dar-lhe a base necessária para a vida. A curiosidade de Solzinha tinha sido aguçada e uma torrente de perguntas que não acabava mais, surgia nas mais diversas horas do dia.

Marisol -  Vô, você falou que a doutrina espírita explica...
Vô Luiz - A doutrina espírita explica a natureza e origem dos espíritos, as diferentes ordens de espíritos, a escala espírita, a progressão, os anjos e demônios.
Marisol - Nossa! É aquilo que o primo da Belinha falou que eu estou fazendo: entrando em contato com os demônios. – e se abraçou à avó temerosa.
Vô Luiz - Marisol, a doutrina espírita nos explica tudo de forma bem clara e lógica. – falou o vô mais sério.

                Vó Vilma, abraçada à neta, completou:

Vó Vilma - Já conversamos sobre isso...

                Vô Luiz continuou:

Vô Luiz - Temos que usar a razão. Se não há lógica, não tem como aceitarmos.
Marisol - Hã?
Vô Luiz - Está chovendo pra cima.
Marisol - Que isso, vô? A chuva cai do céu. Vem de cima para baixo.
Vô Luiz - Então não está certo o que eu disse?
Marisol - Não!
Vô Luiz - Por quê?
Marisol - Eu já disse: chove de cima para baixo.
Vô Luiz - Não tem lógica porque vai contra as leis da natureza. As pessoas até podem querer colocar ideias em minha cabeça, mas eu é que tenho que aceitar ou não, pensar sobre o assunto. Isso é usar a razão.
Marisol - Ah... É assim? Então eu quero entender, quero usar a razão.
Vó Vilma - Como vô Luiz já explicou a você, Deus cria a todos simples e ignorantes, ou seja, sem saber, porque senão seria dar privilégios a uns e a outros não. – acrescentou a avó.
Marisol - E isso não é certo. – continuou Marisol. – Como Deus é  Pai  de todo mundo, Ele gosta de todos. Se Ele não gostasse não seria Deus.
Vô Luiz - Isso, Solzinha. Você está usando a razão.

                Vó Vilma acrescentou:

Vó Vilma - Cada criatura vai fazendo suas escolhas e construindo sua vida, seu caminhar.
Vô Luiz - Tem gente que escolhe o caminho errado e por isso sofre.
Marisol - E qual o caminho certo?
Vó Vilma - O caminho do amor. Fazer aos outros o que gostaria que fizessem a você.
Marisol - Esse é o certo. Mas... E o caminho errado?
Vô Luiz - É aquele no qual eu sou egoísta e vaidoso: julgo-me melhor, detentor de todos os direitos, de todas as facilidades e ainda me acho no direito de maltratar os outros.
Marisol - Nossa! Quem age assim nunca ouviu falar de Jesus, não é, vó?
Vó Vilma - Isso mesmo, meu bem.
Marisol - Mas vô, você falou de progressão dos espíritos. Isso é bem diferente do que eu já ouvi falar.
Vô Luiz - Muito simples: é como o espírito vai evoluindo, tornando-se melhor. Há espíritos imperfeitos, bons espíritos e os espíritos puros.
Marisol - Eu sou um espírito bom. – falou colocando a mãozinha no peito e olhando para os avós pedindo aprovação.
Vô Luiz - Aqui, no planeta Terra, nós ainda estamos para cumprir nossas provas e expiações.
Marisol - Hã?!?!
Vô Luiz - Depois eu explico mais detalhadamente. O que eu quero que você entenda é que todos nós, seu avô, seu pai, sua mãe, eu e você, todos nós trazemos muitas falhas, muitos erros e estamos aqui para aprendermos a ser bons.
Marisol - Mas eu não me lembro de nada disso.
Vó Vilma - Bendito esquecimento.
Marisol - Mas eu não sou boa? – olhou para a avó como que pedindo aprovação
Vó Vilma - Sim, mas precisa melhorar em alguns pontos.
Marisol - Como?
Vô Luiz - “Conhece-te a ti mesmo.” Foi o que um sábio da antiguidade disse.
Marisol - Eu vou ser apresentada a mim mesma?
Vó Vilma - Você vai aprendendo a conhecer como você é na verdade. Tem horas que fica meio zangada e faz pirraça. Tem horas que bate o pé teimando, mesmo quando já lhe provaram que estava errada...

                Nesse momento, Marisol ficou vermelhinha, pois reconheceu que o que sua avó falava era verdade.

Vó Vilma - Aos poucos vamos sabendo como somos, ou melhor, como estamos. Estou impaciente, vou aprender a ser paciente. Estou egoísta, vou aprender a ser generoso.

                Vô Luiz, ao violão, concluiu:

Vô Luiz - Por isso é que a música diz:

“Não dá, não dá, não dá
uma só existência pra tudo aprender.
Não dá, não dá, não dá
uma só existência pra tudo aprender.
Por isso, tal é a lei: nascer, morrer e renascer.
Por isso, tal é a lei: nascer, morrer e renascer.”

Marisol - Mas todo mundo tem que fazer o mal para aprender o bem?
Vó Vilma - Não, queridinha. Por ignorarmos, cometemos erros, mas a escolha entre fazer o bem ou o mal é nossa.
Vô Luiz - Lembra-se do que cantei no início da nossa conversa?

“Quem de boa vontade
mais se esforçar
bem depressa vai melhorar
bem depressa vai melhorar
bem depressa vai.... vai melhorar!”

Marisol - Ah, eu quero melhorar logo.
Vó Vilma - Deus deu a você o livre-arbítrio para que você seja responsável pelas suas escolhas.
Marisol - Ué, vocês estão sempre dizendo que eu sou pequena para isso e para aquilo...
Vô Luiz - Sim, você é pequena, mas já tem seu livre-arbítrio. Por enquanto seus pais são responsáveis por você, mas muitas das suas escolhas é você quem faz. Fazer bagunça ou ficar quieta. Fazer carinho ou fazer uma grosseria. Você já está escolhendo o que fazer porque você tem o livre-arbítrio dado por Deus para você, Marisol, espírito eterno.
Marisol - E quando eu crescer?
Vó Vilma - À medida que o espírito adquire consciência de si mesmo, o livre-arbítrio vai se desenvolvendo.
Marisol - E eu posso depois ficar má?
Vô Luiz - Não. O que você já melhorou não volta atrás. Quem era bonzinho e ficou mau é porque ainda não era bom realmente. Estava tentando, mas não conseguiu aprender a lição todinha.
Marisol - Ai, vô. É muita lição pra minha cabeça.
Vô Luiz – Está bem. Só para encerrar e você ir brincar com a Belinha, guarde duas coisas em sua cabecinha.
Marisol - E quais são as duas coisas?
Vô Luiz – Primeira: Todos os espíritos, por pior que estejam agindo hoje em dia, serão perfeitos, um dia, porque Deus assim quer.
Marisol - E qual é a outra?
Vô Luiz – Segunda: Os espíritos imperfeitos procuram influenciar as criaturas. Se não estamos no caminho do bem, sentimos a influência de formas diversas: dor de cabeça, dor de barriga, ficamos briguentos, com medo. Daí a necessidade da oração diariamente.
Marisol - Conversar com Deus,  já sei.
Vó Vilma - Conversar com Deus com o coração aberto e sincero. Assim teremos proteção.
Marisol - Pode deixar, vô. Eu agora já converso com Deus todos os dias. Quando eu acordo eu digo assim: “Bom dia, Deus! Bom dia, Jesus!”
Vó Vilma - E quando vai dormir?
Marisol - Aí eu falo assim: “Obrigada, Deus. Obrigada, Jesus, por mais esse dia. Protejam minha noite de sono. Que assim seja.”
Vô Luiz - Muito bem, Solzinha.

Nesse momento a mãe de Marisol vinha chegando da rua com alguns presentes.

Letícia - Ei, não está na hora de arrumarmos as malas? – perguntou.

Lá se foram todos ajudar a arrumar as malas para a viagem de Marisol, sua mãe e seu pai para Minas Gerais.




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