Como ler o livro

Por ser um blog, as postagens mais recentes ficam à frente. Portanto, vejam desde a introdução, os capítulos na sequência numérica. Leiam o 1º capítulo, depois o 2º e por aí vai.
Espero que aprendam, se divirtam e se emocionem com Marisol, sua família e seus amigos.

Atenciosamente,
Sonia da Palma

Contato:
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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Capítulo 10 - As diferentes ordens de espíritos


Já passava das 2 horas da tarde quando Marisol procurou seus avós. Eles já tinham descansado após o almoço, como sempre faziam. Depois de tantos anos de casados continuavam com o mesmo carinho e atenção um para com o outro. As gentilezas entre ambos serviam de exemplo para qualquer casal.

Marisol - Vô, você disse que nós íamos continuar  a conversa.
Vô Luiz - Isso mesmo. Sabe como é que Deus sabe como é que nós somos e como é que nos avalia?
Marisol - Deus nos avalia igual a professora da escola? Dá nota pra gente? – quis saber com os olhos arregalados.
Vô Luiz - Ele não dá uma nota de 0 a 10, mas sabe como somos por nossas ações e, principalmente, pelas nossas intenções.
Marisol - Me explica?
Vô Luiz - Vamos imaginar que você chega para uma amiguinha sua...
Marisol - A Belinha?
Vô Luiz - Pode ser. Você chega para a Belinha toda  sorridente e diz: Gosto tanto de você!
Marisol - E é verdade.
Vô Luiz - Mas imagina que seja o contrário.
Marisol – Eu? Mentindo?
Vô Luiz - É. Fingindo sentir alguma  coisa que não é verdade.. Seu coração está aborrecido com ela ou morrendo de inveja.
Marisol - Credo, vô!
Vô Luiz - Eu estou falando para imaginar.
Marisol - Não estou gostando muito, mas... vai lá. Estou imaginando. E aí?
Vô Luiz - Aí que, por melhor atriz que você seja, fingindo ser boazinha, o que vale é o que você sente, e você, nesse caso, está sentindo...
Marisol - Já sei: inveja , estou com raiva. – disse ela amarrando a carinha, pois não estava gostando daquele exemplo.
Vô Luiz - Mas por que todo esse aborrecimento por causa de exemplo tão simples?
Marisol - É que já estou me sentindo a própria madrasta da Branca de Neve, que se fazia de boazinha, mas conversava com o Espelho Mágico e era uma bruxa na verdade.
Vô Luiz - É assim mesmo que Deus nos conhece, sabe como somos por dentro o que pensamos, o que sentimos de verdade.
Marisol - Nossa! Ele sabe tudo.

                 Naquele momento, vô Vilma, que vinha chegando na varanda onde estavam e tinha ouvido o final da conversa, acrescentou:

Vó Vilma - Luiz, aquela frase de Jesus que falava de “sepulcros caiados”.
Vô Luiz - Bem lembrado, Vilma.
Marisol - Que é isso, vô?
Vó Vilma - Sepulcros são túmulos. O que tem dentro de um túmulo?
Marisol - O corpo de uma pessoa que já morreu. Mas, vô, e o que é caiado?
Vó Vilma - Caiado é pintado de cal. A cal é branca. Quando pinta de cal fica branco, branquinho.
Marisol - Mas por que Jesus disse isso?
Vô Luiz - Vamos pensar, Solzinha. Se um sepulcro é um lugar onde tem um corpo sem vida, o que está lá dentro está podre. Pintou de branco. Ficou bonito?
Marisol - Sim.
Vó Vilma - Mas o que está lá dentro é branquinho e bonitinho?
Marisol - Não.
Vó Vilma - Donde se conclui que... – a vó agora esperava a resposta da pequena.
Marisol - Que está bonito por fora, mas feio, podre por dentro.
Vó Vilma - Correto.

                Vô Luiz concluía a explicação:

Vô Luiz - Jesus queria que as pessoas prestassem atenção no que diziam, no que faziam, no que faziam, para não serem bonitas por fora, mas feias por dentro.
Marisol - Nossa!  Vó, isso é forte, heim?
Vô Luiz - Cada frase que Jesus disse era de um ensinamento muito profundo. – concluiu vô Luiz.
Vó Vilma - Ei, Solzinha, vamos continuar? – chamou  a atenção a avó para a neta que estava com o olhar no meio do nada.
Marisol –  Sim.  Vô, você disse que Deus não dá nota, não nos avalia. Como é que Ele sabe que um é assim e o outro é assado? – falou indicando  com as mãozinhas duas pessoas imaginárias.
Vô Luiz - A Doutrina Espírita nos explica que assim como há séries diferentes para os alunos de acordo com sua capacidade, há também uma classificação do espírito que nós já sabemos que é...?
Marisol - I MOR TAL!
Vô Luiz - Isso, Solzinha. O espírito imortal não é criado perfeito por Deus. Se assim fosse cada um não teria seu mérito próprio, seu valor.
Marisol - É como o cartão que a gente faz para dar para a mãe, que não é tão bonito como o da loja?
Vô Luiz - Na verdade, ele é mais bonito porque ali está seu conhecimento, seu esforço, seu carinho e as palavras de amor que você mesma pensou.
Marisol - É mesmo, vô. Eu fiz questão de colocar as estrelinhas mais bonitas que eu tinha no meu álbum no cartão da mamãe.
Vô Luiz - Entendeu porque é mais bonito?
Marisol - Sim.
Vô Luiz - Assim também é o caminhar do espírito. Deus cria todos simples e ignorantes para que possam ir crescendo aos poucos, de acordo com o esforço de cada um. Aquele que mais estuda, mais se aplica, aprende mais, não é assim?
Marisol - Sim.
Vô Luiz - Assim o espírito. Quanto mais se esforça em se manter no caminho do bem, mais rápido progride.

                Vó Vilma que ouvia enternecida a conversa de avô e neta, interrompeu os dois  neste momento.

Vó Vilma - Como é a música, Luiz?

                Vô Luiz pegou o violão e cantou:

“Quem de boa vontade
mais se esforçar
bem depressa vai melhorar
bem depressa vai melhorar
bem depressa vai.... vai melhorar!”


Marisol - E aí? Melhorou, acabou? – quis saber a menina curiosa.
Vô Luiz - Acabou o quê? – e riu gostosamente. - Nós não acabamos. Vamos cada vez mais melhorando, ajudando uns aos outros, conhecendo novos amigos, sendo felizes.





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