Como ler o livro

Por ser um blog, as postagens mais recentes ficam à frente. Portanto, vejam desde a introdução, os capítulos na sequência numérica. Leiam o 1º capítulo, depois o 2º e por aí vai.
Espero que aprendam, se divirtam e se emocionem com Marisol, sua família e seus amigos.

Atenciosamente,
Sonia da Palma

Contato:
soniadapalma@yahoo.com.br

sábado, 28 de janeiro de 2012

Capítulo 2 - Falando sobre a criação de Deus

Dois dias depois de nossa conversa sobre Deus e toda Sua grandeza, Toninho chegou com uma conversa que me embaralhou a cabeça.

Toninho - Marisol, quem veio primeiro: o ovo ou a galinha?
Marisol - Foi...

                Caramba !! Eu percebi que não sabia. Quem veio em meu auxílio foi vô Luiz.  Vô Luiz é diferente dos outros vôs: ele enxerga com os olhos da alma.

Vô Luiz - Vai, Marisol! Fale para o Toninho quem veio primeiro. – falou vô Luiz rindo.
Marisol - Gup! – o engasgo não me deixou responder.
Vô Luiz - E você sabe, Toninho? – dessa vez meu vô pegou meu amigo de jeito.
Toninho - É... bem... sabe como é, né?
Vô Luiz - “Como é, né”, eu não sei. Eu sei que na formação do nosso planeta os elementos químicos já se encontravam aí, esperando o momento certo de se agruparem e dar origem ao planeta que conhecemos hoje.
Marisol -  “Elementos químicos”? Vô, que é isso?
Vô Luiz - São os diferentes tipos de átomos que existem na natureza.
Marisol - “Átomos”? Que é isso? – a essa altura eu e Toninho estávamos mais do que enrolados.
Vô Luiz - São os “tijolinhos” que formam a matéria.
Toninho - Seu Luiz, explica pra gente entender. Isso é coisa que eu nunca ouvi falar.

Vô Luiz levou a gente pra cozinha e, enquanto mamãe preparava o almoço, ele começou a mexer nas coisas.
Ele pegou a vasilha de sal, a de açúcar, um copo com água e uma bola de aniversário vazia.
Vô Luiz  disse que o sal é formado de tijolinhos que se chamam cloro e sódio. O açúcar é formado por tijolinhos de de carbono, oxigênio e hidrogênio. A água é formada por tijolinhos

de oxigênio e hidrogênio.
                Daqueles nomes todos diferentes,  o único que eu conhecia era cloro porque  de vez em quando a moça que ajuda minha mãe com a limpeza da casa fala:
                - Dona Letícia, o cloro já acabou. Tem que comprar mais.

Fiquei até preocupada. O que meu avô estava preparando?

Olhei pra bola que tinha sobrado  do meu aniversário e vô Luiz pediu que eu enchesse. Soprei. Soprei. Mas eu não sou muito boa nisso. Foi a vez de Toninho me ajudar. Ele é mais forte. Soprou bem. A bola vermelha foi crescendo até que meu vô falou que estava boa. Vô Luiz pegou a bola, mas não deu um nó. Olhou para nós dois  e disse:

Vô Luiz - A bola agora está cheia de ar, ar rico em gás carbônico formado por tijolinhos de carbono e oxigênio.

Nessa hora eu protestei. Vovô falava dos tijolinhos que formavam as coisas e agora falava de tijolinhos no ar?

Marisol - Ah, vô! Tá pensando que eu sou boba? Tijolos formam casas e prédios, não “ar”.
Vô Luiz - Marisol, por que a bola murcha cresceu?
Marisol - Por causa do vento. – eu sabia muito bem disso.
Vô Luiz - E o vento é formado de quê?
Marisol - De nada.

Vovô, então,  colocou a bola em direção ao meu cabelo e soltou o a ponta que estava segurando.

Vô Luiz - Fuiiiiiiiiiiimmmmm...

Aquele vento saiu e fez meu cabelo sair do lugar.

Marisol - Ei, vô!
Vô Luiz - Ué... O nada mexeu no seu cabelo? Como é que “nada” fez isso?

Danado! O vovô me pegou. Fiquei sem saída.

Marisol - Tá bom, vô. O vento é formado de quê?

 Calmamente vô Luiz continuou sua explicação  para mim e para o Tonico. Disse que aquele ar que o Tonico tinha posto lá dentro quando soprou era formado por tijolinhos de carbono e oxigênio que formam o gás carbônico.

Eu e Toninho ainda estávamos falando com o vovô sobre carbono, oxigênio, hidrogênio, cloro, sódio, quando Belinha chegou com Artur, seu irmãozinho.

Arturzinho foi para o colo da vô Vilma e minha amiga ficou ouvindo a explicação de vô Luiz que se desenrolou como uma história de ficção.

“Há muito tempo atrás, um pedacinho do sol se desprendeu, veio pelo espaço numa longa viagem e parou aqui, onde estamos agora. Era um pedacinho pequeno em relação ao sol, mas grande, muito grande em relação a nós.

Como veio do sol, era um bola de fogo, cheia desses “tijolinhos” e muitas outras coisas. Depois de muito tempo começou a esfriar e os elementos químicos, os tijolinhos sobre os quais falamos, começaram a combinar uns com os outros de um jeito que ninguém pode dizer como. Dessas misturas diferentes, começaram a surgir formas, substâncias que são comuns aos seres vivos e outras que não são.”

Demos um intervalo na conversa porque o almoço já estava pronto. Tonico comeu comigo e o pessoal aqui de casa. Mamãe tinha feito peixe, pirão e arroz. Vó Vilma e vô Luiz sempre descansam depois do almoço, gostam de conversar. Eu e Tonico estávamos ainda na cozinha comendo tangerina com a mamãe, quando tio Zezinho chegou.

Mamãe esquentou a comida para ele e nós contamos o que vô Luiz estava ensinando para nós. Tio Zezinho é primo de minha mãe. Os dois desde pequenos costumavam pescar com meu vô, até que, depois do acidente que deixou vô Luiz sem enxergar, eles passaram a ir menos ao mar. Mamãe casou com o papai e tio Zezinho continuou seus estudos.

 Enquanto ele almoçava, nós contamos para ele nossa conversa com vô Luiz, a pergunta de Toninho, a confusão do vento cheio de tijolinhos e as dúvidas que ficaram em nossas cabeças.

Tio Zezinho disse que era tudo muito simples e que nós entenderíamos tudo sobre as substâncias químicas logo, logo.

                Assim aconteceu.


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